domingo, outubro 12, 2008

O CARACOL PREGUIÇOSO E A NUVEM TRABALHADORA

Era uma vez um caracol que andava a passear todo contente com as suas antenas ao sol. Enquanto passeava ele ia cantarolando: Que lindo dia de sol! Para andar passear Que lindo dia de sol! Eu sou um belo caracol Que anda aqui a cantar… Lá lá lá lá lá lá…… Andava então na sua vidinha muito satisfeito o caracol, espevitando muito contente as suas antenas o sol, a passear de folha verdinha em folha verdinha. Todo contente e satisfeito, mordiscava uma folhinha aqui, mordiscava uma folhinha ali e ia dizendo a toda a gente que encontrava que aquele era um belo dia. Um dia perfeito. Sim um dia perfeito para um caracol preguiçoso que nada gostava mais de fazer senão passear e comer alegremente de antenas ao sol. Enquanto o caracol andava assim alegre na sua vida, espreitava uma nuvem marota e atrevida: -“ Que bela vida tem este caracol. Deve ser bom, nada mais ter para fazer, do que passear ao sol. Mas eu tenho trabalho a fazer e por isso o sol vai desaparecer e agora vai chover”- pensou a nuvem divertida com a grande partida que ia pregar ao caracol que andava a passear -“coitado, quando der por ela, nem a casota lhe vai valer. Vai ficar todo encharcado!”- e riu-se num riso de nuvem muito molhado, pois ao mesmo tempo começou a enviar uma grande quantidade de gotas de água grossas e fortes que ao chegarem à terra deixaram tudo encharcado. O nosso caracol, é que inicialmente nem se apercebeu do que aconteceu. Tinha comido e passeado tanto que acabara por ficar cansado, e recolhendo-se para dentro da sua confortável casinha que sempre viajava nas suas costas adormeceu, bem instalado num folha comprida e verdinha. Mas com a força da chuva, a folha abanou e o pobre caracol rebolou e acordou! Tinha caído numa pequena poça de água que se tinha formado e ao sair cá para fora, com a curiosidade de saber o que estava acontecer, e tinha ficado encharcado. Olhou para o céu admirado,”para onde teria ido o sol?” pensava o pobre caracol todo molhado e desapontado. Lá bem no alto no céu, estava entretida a brincar a nossa nuvem atrevida. Já se cansara de trabalhar. Agora era a sua vez de andar entretida. Ia começar a brincar ao faz-de conta das nuvens, acabava de fazer de conta que era uma nuvem flor quando ouviu o caracol a resmungar:
 -Estava um dia tão bonito e tinha que vir uma nuvem pateta fazer chuva para o estragar! -A nuvem ofendida e muito inchada decidiu que estava na hora de responder àquele caracol preguiçoso que não fazia nada.  Assim começou a chamar o caracol:
-Pssst pssst senhor caracol! O caracol olhava, olhava e nada via em seu redor. -Pssst pssst senhor caracol! Procure melhor! O caracol continuava a olhar a para todo o lado sem ver quem o estava a chamar. -Pssst! Pssst! Senhor caracol! Procure melhor! Sou eu a nuvem que estou aqui em cima ao pé de si!
 -Ah! Só podia ser! - respondeu o caracol com cara de caso e de poucos amigos, pois não tinha gostado nada de ter ficado encharcado.
 - Onde é que já se viu molhar as pessoas que andam a passear, assim sem mais nem menos, sem sequer avisar? –resmungou amuado.

- Sabe senhor caracol enquanto andava o senhor a passear de antenas espevitadas ao sol, eu estava a trabalhar para que o senhor se pudesse alimentar e abrigar!
-A trabalhar?! Chama trabalhar a encharcar as pessoas? -retrucou indignado o caracol.- Mas a nuvem muito calma e a sorrir continuou:
- Sim a trabalhar! Se o senhor teve folhas verdes e apetitosas para se deliciar e abrigar a descansar, do seu passeio,foi graças a mim, mas se não fosse eu receio que passasse fome. Pois se eu não enviasse uma boa carga de água para que as plantas se pudessem alimentar e renovar ficado verdes viçosas, estas não só deixariam de ser tão apetitosas como morreriam de fome e de sede. Não morrerias tu de sede se deixasse de chover? O que irias beber? Talvez não fosse agradável ficar encharcado, mas olhe como está tudo mais bonito e verdinho! Ou vai dizer-me que não tinha notado?
O caracol envergonhado com o seu egoísmo reconheceu que nunca tinha pensado que de facto a nuvem tinha razão. E também não era assim tão grave nem desagradável ter-se molhado, pois até se tinha refrescado e num instante tinha secado. Assim a nuvem e o caracol fizeram as pazes e tornaram-se grandes amigos, pois às vezes podia não parecer , mas se o caracol e outros seres viviam não era só ao sol que o deviam, mas também a nuvem que fazia chover para que as plantas pudessem e eles e os outros seres vivos tivessem água beber.
Conto escrito e ilustrado por mim dedicado à minha filha Bárbara, inspirado num Conto de António Torrado. Flora Rodrigues 12 de Outubro de 2008

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

A zebra que perdeu o pijama

A Alexandra era uma pequena e jovem zebra conhecida na sua selva por Xana das Riscas, pois como qualquer Zebra que se preze, a Xana exibia orgulhosamente um lindo pijama riscas, que cobria todo o seu corpo. Era do conhecimento de todos, que as Zebras eram senhoras de lindos pijamas às riscas e que nunca os largavam. A história que vos vou contar começou numa bela manhã de sol. A jovem zebra Xana acabara de acordar e como sempre dirigira-se ao rio para beber água e despertar, quando para sua surpresa, junto da sua amiga Libélula Bela, fizeram uma assustadora descoberta. Bela olhou para Xana e verificou que esta, estava sem riscas e perguntou-lhe:
- Que aconteceu ao teu pijama, para onde foram as tuas belas riscas? Estás tão estranha que, nem te reconhecia!
A Xana pensou que a Bela acordara com vontade de brincar e nem ligou.
- Ora que brincadeira, mais tonta, como havia de eu perder as riscas? Tens com cada uma - retrucou a jovem Zebra rindo-se e foi beber água.
Mas ao beber água verificou que o seu reflexo na água, aparecia sem riscas nenhumas. Olhou e voltou a olhar. Como podia tal acontecer? Nem estava a acreditar.
- Quer dizer, que não estavas a brincar Eu estou mesmo sem riscas!!!! Onde está o meu pijama?
- Desculpa Xana, mas eu estava a falar a sério. Eu quase nem te reconhecia. Quis-te avisar, mas não me acreditaste. Não o deixaste na cama?
- Claro que não Bela. Sabes que as Zebras nunca despem os seus pijamas. Fazem parte delas. Eu ficaria sem pele!!!
-Mas não tens pijama e tens pele!
-Isto é muito estranho. E agora o que faço?
- Vamos procurar se alguém viu o teu pijama. Anda, eu ajudo-te a procurar.
-Sim .Vamos, respondeu a Xana.
O primeiro lugar que foram procurar foi na cama da Zebra. Mas dentro da relva fofinha onde a Xana dormia, não estava nenhuma risca perdida, nem rasto de que alguém lhe pudesse ter roubado o seu pijama. O único rasto que existia, era o das patas da Xana até ao rio. Decidiram procurar então ao longo do rio, para ver se encontravam quem tinha visto o pijama da Xana.
Já tinham andado uns metros quando avistaram o Elefante Mirante e o Crocodilo Murilo.
Com o elefante estavam à vontade, mas com o crocodilo todo o cuidado era pouco. Para falar com ele tinha de ser ao longe e convinha ter a certeza que este já estava de papo cheio. Mas quando o elefante estava por perto, ele não se atrevia a atacar ninguém. Por isso decidiram arriscar e perguntar. Pelo facto de o Murilo não apreciar Libélulas como petiscos, Bela achou mais seguro ser ela perguntar:
- Bom dia Crocodilo Murilo, por acaso viste o pijama da minha amiga Zebra Xana das Riscas?
- Um pijama de Zebra, sem Zebra? Não! Se o tivesse visto era sinal de que a tua amiga já nem estava por perto. - E olhou para a Xana que já não tinha riscas.
-Uma zebra sem riscas onde é que isso já se viu? De facto, ficas cómica assim sem riscas, nem tenho apetite para te almoçar.
Foi aí que o elefante Mirante se meteu na conversa. O elefante Mirante era um elefante grande e possante e todos na selva o respeitavam, até o Leão que era o rei da Selva, perante o Mirante demonstrava muito respeito.
- Murilo, vê lá se não queres sentir o peso de um elefante. Já sabes que na minha presença, não atacas nenhum animal que venha beber ao rio.
- Oh Mirante tem calma- respondeu o crocodilo Murilo, - Eu não vou atacar ninguém, sabes bem que Libélulas é petisco que, não aprecio e uma zebra sem riscas era capaz de ser muito indigesta ou até estar estragada. Além disso estou de papo cheio.
-Bem, bem deixa-te de gracinhas Murilo, que eu sei bem do que és capaz.
Aproveitando para agradecer a Xana decidiu perguntar ao Elefante Mirante se este tinha visto o seu pijama:
_Obrigada, amigo Mirante por nos protegeres. Já agora podes-me dizer se viste por aí o meu pijama?
- Não, jovem Xana. Acho melhor marcares um a reunião com o nosso rei. Ele pode – te atender ao fim da tarde. Ao pôr-do-sol é hora de trégua na nossa selva. É a hora que o nosso rei atende todos pacificamente. E como é um rei digno cumpre, com a sua palavra de respeitar a trégua.
Assim o fizeram a Zebra e a Libélula. Aguardaram pela hora da trégua para irem à reunião com o Leão. Foram perguntando pelo pijama da zebra a todos que encontram, mas ninguém o viu e todos se admiravam, de ver uma zebra sem pijama.
Assim param o tempo até que o sol se começou a pôr.
-Vamos! Disse -Bela a Libélula está na hora, não podes desanimar.
Pois a Xana começava a ficar com um ar triste.
Naquele dia, o Leão não atendia mais ninguém, por isso a Xana foi atendida rapidamente:
- Acho que já houve um caso assim na selva. Mas não fui que o resolvi. Foi Macaco Pimpão que é um grande sabichão. Por isso acho que deves ir rapidamente falar com ele antes que a noite desça.
Xana e Bela agradeceram e despediram-se. Por sorte a casa do macaco Pimpão, era ali perto.
Assim que Pimpão viu a Zebra, ela nem precisou falar:
- Olá Xana, perdeste o teu pijama e estás à procura dele não é?
- Sim, macaco Pimpão, falei com o crocodilo Murilo mas ele nada sabia, O elefante Mirante, aconselhou-me a falar com o Leão e o Leão aconselhou-me falar com o Macacão Pimpão, pois todos sabem que é um grande sabichão.
- E fez muito bem. Isso não é grave. Não perdeste o teu pijama. Apenas como estás a crescer ele está a renovar-se. Está a deixar de ser uma jovem Zebra para te transformares numa zebra adulta. Mas se quiseres enquanto as novas riscas não aparecem a minha mulher que é um a grande costureira pode fazer-te um pijama.
- Oh caro amigo Macaco Pimpão, ela não se importaria?!
- Claro que não me importo. - Respondeu a macaca Rosa que era uma costureira habilidosa.
-É só tirar-te as medidas e num instantinho faço-te um pijama de meter inveja à mais bela das zebras.
E assim foi, Xana vestiu o pijama que macaca Rosa lhe costurou. Os dias passaram-se e um belo dia a beber no lago Xana verificou que as riscas tinham voltado à sua cara, pois o pijama que a macaca Rosa lhe oferecera só lhe cobria o corpo.
-Depressa tira o pijama falso! As tuas riscas voltaram! – Disse-lhe A Libélula Bela, entusiasmada.
Xana tirou o pijama e mirou-se no rio as riscas, tinham nascido de novo e ela tinha-se transformado numa bela zebra adulta com um magnífico pijama de riscas, que metia inveja a todas as outras zebras.
- Estás fantástica. Nunca vi Zebra tão bonita. O teu pijama novo é o mais belo que já vi.
-Obrigada Bela e obrigada por me ajudares a resolver o mistério do pijama desaparecido.
- Ora, os amigos servem para isso não é? Não é só para nos divertirmos!
-Tens razão, mas foste mesmo uma amiga fantástica. Apesar de seres tão pequenina ao pé de mim, foste uma grande amiga.
-Ora, nunca ouviste dizer que os amigos não se medem os palmos. Eheh- riu-se a Libélula.
-Só mais uma coisa, o que vais fazer com o pijama que a macaca Rosa te costurou?
A xana fez um largo sorriso.
- Vou guardá-lo. É uma recordação fantástica e quando eu tiver os meus filhos. Já não têm que ir à procura do pijama, pois eu já tenho um de reserva.
- É uma boa ideia.
E riram-se as duas a imaginar um futuro feliz para a Xana, que voltara a ser conhecida na selva pela Xana das riscas, mas agora chamavam-lhe a bela Xana das riscas.
Dedicado à minha sobrinha Alexandra
Escrito e ilustrado por mim

A lagarta Raquel

A lagarta Raquel

Raquel era uma pequena lagartinha verde e peludinha, que passava os seus dias numa folha verde como ela. Era muito alegre a lagartinha e adorava brincar especialmente quando chovia, enquanto se distraía na sua folha a passear. A nossa lagartinha adorava brincar nos lagos que as gotas de água de, orvalho formavam pela manhã. Pois para uma lagarta tão pequenina como ela, uma gota era um lago e não uma gota singela. E alegre brincava e pulava e a sua sede saciava. Até um que um dia depois de ter reparado que quando o sol brilhava estes pequenos lagos reflectiam a sua luz, pensou que provavelmente a sua imagem também seria reflectida. A nossa lagartinha estava muito curiosa, pois nunca tinha visto a sua imagem . E pensava muito esbaforida de correr e fugir aos pássaros que a tentavam caçar para almoçar, como seria a sua imagem. Seria só verde seria, seria muito bela colorida? E por isso era tão querida. Não aguentou a curiosidade e espreitou. Mas ao espreitar, assim que a sua imagem viu, imaginem só o que aconteceu?
A lagartinha Raquel
A nossa lagartinha, assustou-se e fugiu dali com quantas pernas tinha, a chorar. Sou tão feia é por isso que os pássaros me perseguem. Sou um monstro assustador. E assim com um grande desgosto foi procurar um esconderijo, pois depois de se ver tinha ganho ainda mais medo dos pássaros que a perseguiam. Passou por ela a sua amiga cigarra, que lhe perguntou onde ia tão triste e apressada. E entre lágrimas e soluços lá contou á sua amiga, os motivos da sua tristeza.
A Cigarra disse-lhe para não ficara assim, pois gostava dela era uma boa amiga, com a qual gostava de brincar. Mas a lagartinha muito triste respondeu-lhe que estava triste demais para brincar e que queria ficar sozinha. Embora tivesse ficado triste por não ter conseguido animar a sua amiga, a Joaninha fez-lhe a vontade e foi-se embora. Assim a lagartinha seguiu o seu caminho até encontrar um belo esconderijo. Estava bem escondida na árvore e conseguia através e um buraquinho minúsculo que lá existia, que o sol penetrasse na árvore. Assim acariciada pelos raios do sol e sentindo-se segura no escuro do seu esconderijo, a lagartinha deixou-se dormir. E dormiu muito tempo.
Aos poucos foi-se sentindo cada vez mais aconchegada como se estivesse num colchão macio e o seu sono era cada vez mais tranquilo. Passado algum tempo começou sentir-se apertada como se o esconderijo fosse pequenos demais e acordou sobressaltada a pensara que tinha sido apanhada. Morri e estou na barriga de um pássaro pensou ela. Mas logo viu que não pois conforme se mexia o fino colchão que a envolver durante o seu sono rompia-se. Estranhou já não conseguir rastejar. Apercebeu-se que estava diferente tinha patas e uns braços enormes e esquisitos muito coloridos. Que lindas cores. Se calhar estou no céu das lagartas, deve ser para onde vamos quando os pássaros nos devoram. Sendo assim já não tenho que me esconder. E avanço em passinhos hesitantes para fora do esconderijo. Ficou um pouco ofuscada com a luz do sol, pois permanecer muito tempo no escuro a dormir e dando mais um passo desequilibrou-se e caiu da árvore. Conforme se apercebeu que ia cair começou a agitar, muitos os braços e percebeu que estava a voar. Tinha um par de asas coloridas. Não eram braços eram asas e ela estava a voar. Que sensação fantástica. Devo ser um anjo disse em voz alta enquanto se aproximava de um alago pois tinha sede. mas mal acabara de dizer isso viu a sua amiga cigarra que lhe disse a rir:
- Ora Raquel, não és um anjo és uma borboleta. Estás a ver, ainda há pouco tempo choravas, por te achares uma lagarta feia e agora és uma magnífica borboleta.
-Verdade? Perguntou hesitante a lagartinha que agora era Borboleta.
-Sim, espreita no lago. E a lagartinha espreitou e ficou muito tempo a olhar.
- Sou mesmo sou uma linda borboleta. - E ficou muito feliz.
-És mesmo linda respondeu a Cigarra, mas sabes, eu gostava de ti na mesma quando eras apenas uma lagarta. Pois não importa se eras lagarta feia e peluda, ou se és uma borboleta linda. O que importa é que és minha melhor amiga. E eu posso contar contigo sempre que precisares
-Tens razão, a amizade é o mais importante. Vou procurar as minhas amigas lagartas para lhes contar a novidade. E assim foram as duas amigas, divertindo-se a voar. Faziam corridas, mas ganhava sempre a borboleta. Pelo caminho encontraram uma lagartinha que ia fugir muito triste e apressada. Era uma amiga da Raquel que mal a reconhecia, mas quando ela começou a falar com ela ficou espantada. 
-Mas tu não tens medo de mim.- perguntou-lhe a outra lagarta.
- Claro que não respondeu a Raquel, eu já fui como tu. Mudei por fora mas não por dentro. Se era a tua amiga antes , agora continuarei a ser, até porque te posso ajudar. 
E depois de lhe contar a sua história a outra lagartinha ficou mais animada e foram as três brincar muito contentes, a lagartinha, a cigarra e a borboleta Raquel. E foi assim que a lagarta, isto é a borboleta Raquel, aprendeu que não importa se somos feios ou bonitos, o importante é aquilo que somos por dentro e nunca abandonarmos os nossos amigos.
Dedicada a minha sobrinha Raquel.
Ilustrações minhas
17/04/2004

Uma aventura com fantasmas...

Ouvi um grande barulheira,

Vir de perto da banheira

Espreitei e fiquei pasma

vi o banho de um fantasma !

Não quis acreditar

e os olhos pus-me a esfregar,

Para me certificar

que não estava a sonhar…

Mas lá estava o fantasma

Sorridente a cantar.

Eu ali tão pasma,

nem consegui falar.

O fantasma fechou a torneira

e sorridente saiu da banheira

E sempre a cantar foi-se aperaltar

Pois ao baile não queria faltar.

Quando à sala cheguei

O que vi, eu nem acreditei!

Mil fantasmas a bailarem

Pensei: devo estar a sonhar!!!!

Foi então que ouvi espirrar

Era o pobre do fantasma

Que ainda tinha asma

E acabara de se constipar

Assim ganhei coragem de me aproximar

Para lhe falar bem pertinho

Quis dar-lhe um chá quentinho

Mas não o podia tomar

Sou um pobre fantasma com asma

Que não se consegue curar

Mas diz-me se não estás pasma

E com medo de me falar?

Confesso que fiquei admirada.

Pensei que não estava acordada.

Só posso estar a sonhar,

Para aqui estar a falar

O fantasma riu à gargalhada e

convidou-me para bailar.

Disse que estava acordada e ara não me admirar,

pois tudo me ia explicar.

Aquela era uma casa bem assombrada

Uma vez por ano, os fantasmas iam lá bailar

Era o baile anual dos fantasmas para festejar

Brincar e rir à gargalhada.

Pois o resto do ano, tinham uma vida muito ocupada

Que isto de ser fantasma, tem muito que se lhe diga!!!!

Somos convidados para assombrar castelos e casarões

por incrível que pareça , no turismo atrai multidões.

E agora minha amiga vou ter que partir

Mas foi bom te conhecer, para variar

Poder falar em vez de assombrar.

Disse o fantasma a sorrir.

Então o fantasma pediu para se despedir

à moda antiga.

Senti um apequena aragem de arrepiar

Era um beijo do fantasma me estava a dar

E ouvi-o dizer : Adeus amiga, gostei de te falar.

E quando olhei para o ar só vi fantasmas elegantes a voar!!!!

E eu ainda não acreditava, no que estava a ver.

Fui para o quarto descansar, fui-me deitar

Era o mais certo a fazer,

Só podia estar a sonhar.

Acordei com o sino a tocar

O sol já estava brilhar

Pensei no sonho e sorri que grande imaginação

Foi então que vi a dizer-me adeus

O fantasma constipado

muito bem aperaltado!

E fui assim que aprendi

A não ter medo de nenhum fantasma,

Pois até eles tinham asma

Não vêm nenhum por aí?????

Mamã Gansa/Pandora