sexta-feira, outubro 10, 2003

Um Conto de reis

O rei sempre foi uma figura, mágica.
Quantos de nós năo crescemos a ouvir histórias de reis, dos seus grandes feitos e por vezes
também das grandes barbaridades e atrocidades por eles cometidas.
Mas em muitas das histórias os reis săo símbolos.
Símbolos de Justiça, de Humildade, de Vaidade, de Ambiçăo. Senăo vejam só.
O rei Salomăo é recordado como símbolo de Justiça.
Quem năo se lembra da passagem em que duas supostas măes disputam uma criança e ele tem que tomar uma decisăo.
Foi preciso coragem e sabedoria para dizer algo como "Cortem-na ao meio e dęem metade a cada uma".
De facto o rei Salomăo sabia que uma măe verdadeira preferia perder o seu filho vivo, a vę-lo morrer diante dos seus olhos e năo se enganou.
Enquanto a impostora ficou calada, esta implorou que parassem.
Cada vez que me lembro desta história fico com a certeza que ser Rei năo deve ser fácil.
E quem năo se lembra da famosa história "O rei vai nú!",em que o Rei com a sua desmedida vaidade se deixa vigarizar por dois artesăos,
que dizem fabricar um magnífico pano,visto só pelos mais inteligentes (que năo existia é claro!) , acaba a desfilar nú pela cidade !
E por falar em Vaidade, acho que esta é parente da ambiçăo, e melhor símbolo para a ambiçăo do que o Rei Midas eu năo conheço.
Acho que já toda a gente ouviu falar,mas para o caso de alguém estar esquecido ou desconhecer,
Midas é o rei que pediu que as suas măos transformassem tudo o que tocava em ouro.
O resultado foi triste, ele próprio se transformou em ouro. Mas nem todos os Reis săo tăo soberbos ou ambiciosos
. História interessante é a do Rei Canuto, que o povo venerava como se fosse um Deus.
Cansado de ser visto como alguém que năo,era, decidiu prová-lo ao povo.
Instalou o seu trono numa praia e convidou o povo a visitá-lo.
Esperou que a maré subisse até que a água lhe alcançasse os joelhos.
Quando a água o alcançou ele disse para o povo que năo era nenhum deus,
era um homem como outro qualquer ou teria tido o poder de mandar para a maré de subir.
Năo me lembro o fim da história, mas gostei dessa parte.
Eu recordo o rei Canuto como símbolo de Humildade.
Há ainda a história de um rei que decidiu dar uma liçăo aos seus conselheiros
e combinou com um aldeăo uma série de perguntas que nenhum dos Conselheiros conseguiu responder.
Desta forma o rei conseguiu que se tornassem mais humildes.
E podia continuar a contar histórias de reis, porque gosto de histórias de reis.
Histórias de reis que sempre acabam por se tornar símbolo de algum ensinamento importante.
Sei que normalmente aos reis se associa o poder, a vida faustosa e luxuosa,
mas quantas das vezes nos esquecemos que acima de tudo,
eles săo pessoas como nós com as virtudes e fraquezas.
É nessas ocasiőes que sempre me vem ŕ mente um conto de reis.

segunda-feira, abril 14, 2003


A Rosa perdida
Parte II Apareceu um homem naquela terra. O homem regressava a sua casa quando cansado e atrapalhado pela escuridăo se enganara no caminho e sem sequer saber como fora parar aquela terra. Após ter dormido toda a noite na sua carroça começou a passear pela aquela terra e intrigada ia pensando: - Que bela terra esta! Que flores tăo lindas! Como terei vindo cá parar? -Assim andava entretido nos seus pensamentos quando reparou na nossa Rosa e ficou maravilhado. Jamais tinha visto uma rosa com aquela beleza e que exalasse um perfume semelhante. Entusiasmado pensou - flor tăo bela como esta é digna do jardim de um rei! E mal acabara de pensar isto, começou a retirar a nossa rosa com muito cuidado, mudando-a para um dos vasos que transportava consigo.

A rosa estava estarrecida de medo. As outras flores que assistiam a tudo ficaram com muito medo também e muito tristes. Depois do homem se ir embora começaram a chorar, pois pensavam que a rosa estava morta. Mas a verdade é que a nossa rosa estava viva e feliz, pois a sua sorte tinha sido tal, que o homem que a recolhera era nem mais nem menos que o jardineiro do rei.

O rei que tinha uma grande paixăo por rosa possuía no seu jardim um enorme roseiral para onde a nossa amiga foi viver e onde se sentiu mais feliz do que nunca, apesar das saudades das outras flores com quem estivera tanto tempo e que tăo suas amigas eram. Estas ao saberem pelo vento as novidades de que a rosa estava viva e feliz, porque finalmente encontrara uma família de rosas, ficaram também muito felizes, apesar das saudades que tinha da sua amiga. Porém, o vento serve-lhes de mensageiro e traz-lhes sempre notícias da rosa, depois de contar as novidades da terra das flores a esta. Conta-lhes que a Rosa sente muito a falta das suas amigas flores, mas que é muito feliz porque agora tem a sua própria família, tem muitas rosinhas e adora o roseiral do rei.

quinta-feira, fevereiro 20, 2003

A Rosa perdida
Parte I

Um dia ouvi alguém dizer que não gostava de histórias que começassem por "Era uma vez..." mas a verdade é que as histórias mais bonitas que eu conheço começam todas por Era uma vez e como esta também é uma história bonita, é precisamente assim que vais começar.

Era uma vez uma flor, numa terra onde só existiam árvores e flores, os homens desconheciam essa terra por ficar escondida por detrás de uma grandes montanhas e os animais assustavam-se com a luz colorida que dessa terra saía. Existia uma lenda que falava de uma terra maravilhosa cheia de luz, árvores e flores coloridas por detrás das montanhas, mas poucos eram aqueles que tentavam lá chegar, e os que o faziam a meio das primeiras montanhas desistiam.

Assim as arvores e as flores viviam sossegadas na sua linda terra. E se a sua terra era linda, povoada das mais diversas flores que lhe davam o mais colorido. Mas entre tantas flores, distinguia-se aquela de que vos comecei por falar, porque era a única rosa que existia naquele lugar. Ela era a mais linda flor que lá havia. Muito vermelha, com umas pétalas suaves, exalava um perfume tão bom que o vento não resistia a espalhá-lo por todos os lugres que visitava.

A Rosa era tão bondosa como bela e desta forma todas as outras flores e mesmo as árvores a adoravam. Porém ela não era feliz e muitas vezes começava a chorar. Todas as outras flores ficavam muito curiosas e admiradas com o seu comportamento, até que um dia, um Malmequer vizinho lhe disse estas palavras:

- Rosa, Rosa, porque choras, se és desta terra amais formosa, a mais bela das flores por quem todos se perdem de amores, és de todos a mais querida e do vento a sua preferida?
- Sim eu sei que para vós eu sou a mais bela das flores e de entre vós a mais querida, mas não consigo para de chorar porque me sinto perdida. É que me sinto muito só neste lugar, pois vós malmequeres sois uma grande família e também vós papoilas , campainhas, e até as arvores são tantas que nem as conseguimos contar, mas eu nem mais uma rosa consigo avistar - respondeu-lhe a Rosa sorrindo, tristemente e continuou:
- Vós podeis juntar-vos e assim formar uma família, fazendo com que nasçam mais jarros, mais malmequeres, mais papoilas, lírios, Campainhas, mas eu quem é que tenho?
- Então! Nós todos gostamos de ti como se fosses da nossa família - retorquiu o malmequer.
- Sim! Sim! Eu sei e sinto-me honrada. Mas a verdade é que eu não posso ter uma família de rosas respondeu ela.

O Malmequer nada mais disse e ficou triste pela Rosa pois sabia que ela tinha razão e ninguém podia fazer nada. A verdade é que no mundo das flores, os Malmequeres só casam com Malmequeres, Os Lírios com os Lírios, as Papoilas com as Papoilas e as rosas com as rosas e como ela era a única que ali vivia jamais poderia ter uma família. Como é que ela lá teria ido parar? Ficou a pensar o Malmequer. A verdade é que ninguém sabia, nem ela mas supunha-se que alguém que se perdera deixara cair ali sem querer, embora fossem muito poucos os que lá passaram. E assim ficaram os dois, o Malmequer perdido nos seus pensamentos e a rosa na sua tristeza.
Os dias foram-se passando e o Malmequer em conjunto com as outras flores pensavam numa forma de ajudar a Rosa, mas nada conseguiram, até que muito tristes desistiram.

Até que um dia, oh surpresa das surpresas!

(Continua....)

domingo, fevereiro 09, 2003

Para a Semana teremos "A rosa perdida"

História da Bruxinha Andreia


Era uma vez uma linda bruxinha chamada Andreia, cantava com uma voz tão linda que mais parecia uma sereia. Era linda esta bruxinha, quando os seus olhos verdes brilhavam todos a admiravam. Além de formosa, a bruxinha Andreia era também muito bondosa. Adorava  pegar na sua vassoura mágica voar distribuindo com a alegria magia boa, para deixar toda a gente contente.

Da sua magia, não fazia parte a maldade. No seu caldeirão só fazia poções que trouxessem felicidade. Mas havia uma magia que a nossa bruxinha não conseguia fazer, era uma magia para o amor lhe aparecer. Pois a nossa bruxinha um namorado queria ter. Mas não podia ser por magia, pois por magia o verdadeiro amor não aparecia.

A bruxinha Andreia andava tão triste que já não se ouvia o seu canto de sereia. A verdade é que os rapazes não se aproximavam da nossa bruxinha com medo que ela os enfeitiçasse e num sapo os transformasse. Mas a fama da bondade da sua magia, por todo o mudo corria.

Então um valente e corajoso príncipe que dela ouvira falar, decidiu arriscar e a bruxinha ir visitar. Como o príncipe também era de magia dotado pegou no seu cavalo alado e só parou quando a bruxinha encontrou. Poucas foram as palavras que trocaram, até que um pelo outro se encantaram e desde esse dia nunca mais se separaram.

Dizem que felizes durante a noite vão os dois a voar, distribuir a magia da alegria por todo o lado, ela na sua vassoura, ele no seu cavalo alado.


quinta-feira, janeiro 02, 2003

Para breve : - "A história da Bruxinha Andreia"; - "A rosa perdida"; -"Pegadas de areia".